segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Nicolau (para engolir com o Peru e o Bacalhau)


Nicolau...

Carreguei a caçadeira com 2 zagalotes/ agarrei 2 shots/
posei e tirei 2 fotos/ serei lembrado como um mártir pelos
descrentes e um terrorista pelos mais devotos/
estou pronto. Disseram que ele traz tudo o que pedimos e põe no
sapatinho/
pergunto-me: e que faz ele com quem/ nem/ sequer tem/ um sapatinho/
mas sim,  disseram que ele traz tudo, basta que faças
a tua lista, dirijas-te a zona comercial mais próxima e tomes
as providências necessárias, ele faz o resto/
e até aqui, até à heróica/ intervenção da troika/
ele dava-te um subsídio para o efeito e se não chegasse
ele dizia-te “não te preocupes que eu empresto”/
crédito silver, gold, platinium,
basta que lhe devolvas com juros ele permite-te esse lindo gesto/
As cores do natal: verde, código, verde, verde código verde, verde, código, verde num estabelecimento aderente/
eles embalam e enviam o presente/
com cumprimentos do Nicolau e as suas renas/
e dos vampiros capitalistas que viram filantropos e mecenas/
e espalham campanhas da miséria e da pena/
de quem eles próprios submetem a esta condição obscena/
e das hienas/ publicitarias que sobem antenas/
e das solidariedades de prateleira de supermercado e duração pequena/
e dos hospitais/ e canais/ que filmam natais/ dos coitadinhos/
e da primeira palavra dirigida aos vizinhos/ em todo o ano:/
FELIZ NATAL. Dá as costas, fecha a porta e tranca à chave,
liga as luzes da arvore, acende a lareira põe a conversa em dia/
com o tio, a tia/ o mano/
 o avô, a avó, a madrinha e os outros todos que não passamos cartão durante o resto do tempo. Quase meia noite/
avisaram que ele desce pela chaminé/
mas e quem não tem tecto, quanto mais chaminé?/
fica à mercê do ataque de solidariedade e
caridade que nos manda a fé/
cristã!? Ou a fé do Dow Jones, do
PSI 20, da Reserva Federal e do BCE/
esperarei o tempo necessário aqui ao pé/
de qualquer uma chaminé/
para apontar-lhe esta merda à cabeça,
apresentar-lhe a minha lista, e perguntar-lhe “como é que é!?”

Porque não trouxeste o que pedi na minha lista/
será que só tens brinquedos, electrodomésticos, roupas e
acessórios, viagens, telemóveis,
computadores gadjets e outros
desejos bombardeados na TV e na revista/
fabricados com o sangue dos mineiros do Congo
e o cheiro a queimado, não do Peru mas dos corpos das trabalhadoras das Sweats-shops do Bangladesh e outras plantações do teu imperialismo esclavagista/
no meio um CD da Popota e
Leopoldina para garantir um
sorriso a uma criança sem meios para desfilar
neste carnaval consumista/
Sim. Afinal o Natal é a parte do ano
que se esta autorizado a não ser egoísta/ individualista/
do médico ao artista/ do político ao cientista/
do canalizador ao motorista/
todos são motivados a participar no desfile de máscaras, sim
máscaras e Natal/ personas de coração aberto, de alma pura e carrinho cheio de embrulhos/
“Este natal ofereça transacções de amor, carinho, afecto e laços familiares (com código de barras e etiqueta de preço)”
all my multinacionais façam barulho/
BOAS FESTAS o mais bem conseguido eufemismo
para introduza o PIN.

Siga de carrinha carregada pá terra pa ver qual dos irmãos e primos teve o ano mais bem sucedido/
já disse, até um subsídio era concedido/
para o efeito. Era, já não é!/
Discurso de Natal dum Fascismo que se aproxima a largos PASSOS cada vez que tira COELHO da cartola.
E se os sindicatos não conseguirem garantir este padrão de consumo para os trabalhadores, haverá de certeza uma Promoção que garanta que este Natal possas dar Um PINGO e comer um DOCE! Dia 24 venha cá.

Mas sim os ricos dão-te um salário,
devolves na caixa e deixas um euro para os pobres e indigentes/
dependendo do espírito até para preguiçosos e delinquentes/
pois nesta quadra todos são gente/ mas poupe/
siga o exemplo do presidente/
que está pobre. Aquele de deixou de amnistiar seja que for mas têm um governo a que todos os dias concede indultos/

Dizemos que o Natal é pelas crianças mas a vaidade esta patente nos adultos/
meia noite a hora esperada do ano. Todos têm o que pediram. Todos e eu?

Não me digas que não consegues
realizar o meu pedido!
tu deste à bofia mais armas!
e mais uma serie de material para sermos espancados e vigiados!
tu deste ao Paulo 2 submarinos e um par de luvas!
deste ao Zé imunidade!
a possibilidade de caminhar sobre a justiça!
Deste um Karaoke ao Gaspar com traduções portuguesas de óperas alemãs!
Deste ao relvas uma Licenciatura! Com nota máxima numa recensão chamada “Pedro e o Lobo”
Deste ao Pedro a possibilidade de fazer de Lobo na peça e comer e o avô porque era pouco Liberal, e pelo meio comer as ovelhas, os outros lobos todos poupar apenas a lebre. Talvez por questões de parentesco com alguém.
Deste ao Cavaco muitos mil euros de lucro no BPN mais um mandato
como prenda pelo seu silêncio, ambivalência, inacção e defesa dos ricos/
deste a Portugal um messias da Golden SAQUES, cheio de discípulos formados em ciências da salvação heróica/
e deste Portugal à Troica/
e com isso deste um sistema esclavagista aos exploradores/
sim possibilidade de fazer o que lhes apetece nas contratações/
de nos despedir sem pagar indemnizações/
deste ao mundo uma crise para poderem justificar que se recuem em todos os direitos conquistados em séculos/
e deste a EDP, TAP, RTP, GALP, ETC, ETC, a todos e quaisquer investidores/ deste à Angela a Europa/
deste à NATO  a Líbia, e até ao dia do reis já terás dado a Síria/

Esses estão todos sentados com as famílias debaixo do teto com chaminé/
darás aos seus filhos um natal de grande recheio sob um teto com chaminé/
terão o sapatinho cheio e continuarão a alimentar a fé/
pois para eles tu existes!
Por ti que o povo resiste a um ano de opressão, exploração, fome/
por uma noite onde toda a gente se ama e toda a gente come/
Sim para eles existes pois tu metes-nos as mãos nos bolsos para oferecer-lhes
Sim roubas aos pobres para dar aos já Bilionários/
Robin dos Bosques perseguir-te-ia se não fosse só mais um mito como tu seu mercenário/
ofereces a redenção a classe media em troca duma quadra de espírito hipocritamente solidário/

Só queria o que te pedi. Lembras-te do que escrevi?
Querido pai natal,
este ano quero um Malcolm, um Fanon e um Cabral/
para brincar ao “Quem fode este mundo colonial e imperial/
quero 2 aviões também:
Um para atirar a São Bento e outro a Belém/
Vá lá Pai Natal! Vá lá!/
Quero um sindicato sem burgueses instalados pseudo operários/
para jogar com os meus amigos precários/
quero um pacote de ludistas e anarco-sindacalistas e outro desses/
para não deixar as fábricas fechar e pô-las em auto-gestão zelando pelos nossos interesses/
e não do patrão/
quero um estado/
por favor não deixes que o levem para o privado/
quero um estado onde ter estado não seja um crime/
traz-me um verão quente como o dos idos 60/
para percebermos que os direitos também se perdem
se o povo não lhes enfrenta/
pedi-te tanto e vê só o que trouxeste:
objectos com a qual a tua entidade patronal
me escraviza, me isola e me controla/
resta-me vomitar sobre ti o indigesto peru, rabanadas e bacalhau/
e manchar o teu fato cor do sangue das tuas vitimas Nicolau!/
das vitimas que morrem para sustentar a tua mentira Nicolau!/
Jesus era preto e nasceu no verão Nicolau!/
Tu és pagão  levado a um feriado romano convertido em ritual de consumo mundano e profano Nicolau!/
Celebração do nascimento do consumo desenfreado
e da salvação económica do ano, Nicolau!/
Por outras palavras: Vai-te foder Nicolau/



Sr. Preto (chullage)

Escrito em Dezembro 2010
Actualizado hoje. 

sábado, 1 de setembro de 2012

KKKatacl-ISMO


 KKKatacl-ISMO

Sem ISMOS! por favor, sem ISMOS!
Gritam reprimindo-me
Neste novo evangelismo  
Que civilizou selvagens, indígenas,
 E Indígenas da Republica,
Jovens “problemáticos”, alienígenas da Republica
Nas novas colónias de mão-de-obra barata
Estala-me nas costas o chicote republicano do Universalismo
Ferem-me os ouvidos com esse
Assimilacionismo,
Acorrentam-me os pés e jogam-me num porão
Com esse Integracionismo,  
Igualdade entre os povos
Tem povos sem igualdade
Com a Europa fechada no seu mundo, sócio-autismo
Despotismo
Sionismo,
Prometendo à vossa terra, todas as terras
(Descom)prometidas com a posse e Individualismo

Por favor, Sem ISMOS!
Só há etnias, povos e comunidades culturais
Não há raças,
Sem raças não há racismo
Sem racismo não há luta
E apenas dialogo intercultural
Mediado por um comissariado
E mediadores deste Paternalismo
Sem sexo não há sexismo
Sem sexismo só há género
Com género não há feminismo
Só igualdade de oportunidade
Oportuna para o machismo

Não há Radicalismo nessa escritura!?
Não há terrorismo nessa cruzada!?
Não há Fundamentalismo nessa missão civilizadora!?
Não há véus nessa Irmã, não há!?
São coisas da minha cabeça,
São coisas de Islamismo!

Tum, Tum, Tum, Tum, Tum, Tum, Tum, Tum
Say It Loud! I’m Black and I’m...
Hold Up! Wait a minute:

É preciso escurecer o Iluminismo
Africanizar o Universalismo
Enegrecer o Puritanismo
Denegrir o Moralismo
Fazer magia negra no Racionalismo
Ethiopizar o cristianismo/
Levar um arrastão ao Capitalismo/
Cabralizar o Socialismo/
Malcomizar o Islamismo/
Empretecer Capitais/
E Continuar esta lista negra
Até que a história de cada um não seja mais/
que um quadro do Cubismo/
É preciso surrealismo/
É preciso Animismo/ candomblé, Voodoo
Tambores falantes, é preciso sacrifício
É preciso degolar o monstro esquizofrénico de duas cabeças
Chamado euro-centrismo/
e oferece-lo a esse paraíso monótono, e insapiente, e insalubre
De onde nunca devia ter saído de bula papal na mão.
Desenhado do alto do estivador da civilização
Que traçou o mapa mundo de bússola e astrolábio
com sagrada bênção/
seguindo a Geografia e cartografia do outro
cartografia do belicismo, do canibalismo
que pintou um Egipto branco por cima do Nubianismo/
que no oriente orientou o ocidentalismo/
antropologia, antro de apologia
da ideologia do selvagem versus civilizado
primitivo versus moderno
mas isso é ciência! não tem nenhum ISMO!
Senão o positivismo, do calculismo do racionalismo
Da visão repleta de miopia e astigmatismo
Estigma!

Do alto de Bruxelas há ordens expressas
Para abortar o multiculturalismo – abort mission
Não há tempo para realizar a agenda de Genebra
Declaração Universal dos Direitos do Homem
(leia-se só do homem, branco, de classe alta) genebra 1945.
2012 Mulheres vão ter de esperar
negros, negras, ciganos, ciganas,
muçulmanos e muçulmanas,
vão ter de esperar, nos balneários
do higienismo social
Qualquer comparação com eugenics, darwinismo
E quiçá nazismo, é pura coincidência, não há ISMOS
A ONU não me deixa falar de Genocídio
pois essa palavra é propriedade do Judaísmo,
mas tal como vejo um Holocausto na faixa de Gaza
vejo faixas de GAZA em cada nova tendência
do Urbanismo
(requalificação, revitalização,
desvitalização de pessoas com problemas que se mantêm, só são mudados de lugar)
Pergunta na Filomena que a Santa deixou sem Casa nem Misericórdia (Câmaras Municipais de GAS)
Só podem falar em Genocídio as ONG´s que os denunciam em nome do seu Humanitarismo
Fund-Raised pelas mesmas multinacionais
Que puxam coltan e diamantes do fundo do seu Filantropismo
Profilaxia humanitária que nos adoece com a sua cura aos nossos problemas
E cura os seus problemas com a nossa doença
(há veneno nesse caixotes de remédios, há veneno nessa milho que cai do avião,
há veneno nesse empréstimo)
Há Mentiras Geneticamente Modificadas que viram Verdade
E matam as colheitas futuras da nossa Liberdade
E removem os fazendeiros da nossa Subsistência
Endividados com os fertilizantes da nossa Dependência
É por isso que há ditadores no Uganda, no Ruanda
Mas há chefe de Estado em Luanda
Há Revoluções com nome de golpe de estado
Há golpes  de estado com nome de revolução
Depende de que lado de Gibraltar ou do Atlântico se está
A fazer rodar o mecanismo da Economia Global
Eufemismo para Imperialismo.

É a agenda da austeridade vinda de Berlim com colaboracionismo
Francês e pauta do Fundo de Miséria Internacional
Livre des-regulação de pessoas e bens. Retenha-se a circulação. R.I.P Shengen
Europa Fortaleza protegida no seu próprio tribalismo
Os bárbaros voltaram do norte para tomar o dito berço da civilização
E devolver a Europa ao Feudalismo – talvez ao Primitivismo
Lucy! Não! É um cro-magnon não é Sapiens!
Apenas aprendeu a contar dinheiro fabricar armas e matar primatas.
Viva o Primitivismo!

A prova de que o tempo não é linear mas sim circular. Os maias estavam
Certos mas não. Isto é misticismo. Esoterismo.
Ou a historia apagada do Imperialismo.
Onde fico nisto? Nos ISMOS?
Eu vi levarem as minhas coisas no mercantilismo
Mas depois virei mercadoria e levaram-me no esclavagismo
Com a qual foi possível enriquecer as nações que avançaram com o capitalismo/
Virei mão de obra-barata no Norte e voltaram a Sul com o colonialismo
Para subir novamente ricos, com um novo mapa
Ironicamente desenhado em Berlim
E hoje sou diáspora desnacionalizada do Imperialismo
Diáspora descidadinizada do Liberalismo
Ou o medalhado automaticamente
Naturalizado pelo esclavo-atletismo
Sou o escravo chicoteado na senzala, negado na Casa Grande,
açoitado na colónia negado na Metrópole,
açoitado no bairro negado no centro
Sempre periférico do Poder
Alvo a abater,
do shenguenismo, do securitanismo
O problema monitorizado do social-voyerismo
Sou o beneficiário forçado do social-controlismo
Entrevistado do Pseudo-Jornalismo
O objecto de estudo da sociologia do Equivoco
Cobaia da Psicologia da Fome
Cortado pelo bisturi da Ecologia do Medo
Realojado
E remetido a analise do Tamanho do Crânio
Na Escola de Chicago. Reprovado. 
Continuo a ser indígena!
Acordo do sonho Americano, sem sinais de Martin Luther nem Gospel
Nas plantações da Nike! Mantem-se o Algodão
Nas cozinhas da McDonalds. Continua o Café
Posto isto não se lê Pós-Colonialismo mas Colonialismo-Pós.
Pois o arrasar das grilhetas ouve-se alto nessa África que foge/
De nós/ arrancada de nós/ como dela arrancaram os nossos avós/
Rumo a norte, onde
Das ruínas da minha dignidade 
Sou o inadaptado do consumismo
Sou o vandalismo, o alcoolismo, o absentismo, o parasitismo
O baixo moralismo, sou o problema e para isso já há ISMOS.
Sou o carjacker, o social disruptive, a disfunctional family
E outros estrangeirismos/
Preciso de empowerment, workfare, benign-neglection, welfare-cuts
E outros neologismos/
Não há ISMOS? Ou são eles que vêem mal estes contrastes pela persistência
Do seu astigmatismo/
Onde não se vêem ISMOS. Vivo KKKatacl-ISMOS


Sr. Preto (chullage)

Escrito a 10 de Abril de 2012
Actualizado a 01 de Setembro de 2012


terça-feira, 10 de julho de 2012

Monólogos do Louco III


III
E então agora abdicas da liberdade
p’ra poderes andar seguro?/
seguro do quê? Nem sabes
mas vives dentro dum autentico muro/
seguro/ que todas essas câmaras, policias e militares
essa comunicação de massas/
te protegem de terroristas, imigrantes,
homosexuais, e outras ameaças/
que tomam o teu emprego, moral e democracia/
democracia/ onde tu votas em vários partidos
mas na mesma tirania/
és livre para votar
embora o teu voto não te dê nenhum poder de decisão/
és livre pra te educares, mas não és livre para escolher a tua educação/
és livres para te informares,
mas só encontras uma informação/
até és livre para informares
mas não há espaço para a tua informação/
és livre p’ra muita merda irmã irmão/
mas no fundo não tens outra opção/
pagas impostos, mas não vês
mais saúde, mais educação/
mais trabalho, mais habitação/
mas vês mais polícia, mais militarização/
mais instrumentos de repressão/
mais supressão/ de serviços públicos em troca
de privatização/
mais supressão/
de direitos e garantias em troca de opressão/
mas depois cá, tens H&M e Zara, lusomundo
mac donalds, tellepizza, citybank e visa/
para consumires, que é a única liberdade que te dão/
mas para consumir
tens que pagar/
tem-nos a trabalhar/
das 8 às 5/
durante cinco/
ou mais dias a finco/
para regressar por poucas horas
a aglomerados de tijolo e chapa de zinco/
realojamentos longe
dos centros comeriais, hospitais e estações/
ou casas melhores
pagas em prestações/
o resto da vida/
escravizados por um consumo que nos individa/
deixa-me recapitular a tua vida
a nossa vida/
8 horas a produzir, 4 horas a viajar
e o resto a recarregar para amanha voltar a produzir/
quando nem és cem por cento livre
de decidir quando, como e com quem reproduzir/
agora pergunto
escolheste este percurso?/
nasceste para este percurso?/
ou a comunicação, educação, evangelização
colocaram-te neste curso/
político enganou-te neste discurso/
e a polícia não te deixou outro recurso/
e tu aceitas pisar e atropelar os outros como se a vida fosse um concurso/

Sr. Preto (chullage)
Escrito a 12 de Março de 2008
Actualizado a 26 de Junho de 2010


OUVIR AQUI: Monólogos do Louco III

Produzido por Pietro Casella
Gravado  por Pietro Casella em Março de 2011
Misturado por dB em julho de 2012.